quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Quando morre alguém que amamos



Quero falar da morte de nossos afetos ...
...homenagear os bons afetos que nos ajudam a viver, e a crescer, especialmente aqueles que foram originais, inimitáveis , e que nos fazem sentir quanto nos dedicamos a bobagens, sofremos por tolices, nos desperdiçamos em futilidades.
Mas deveríamos lhes reservar um espaço um pouco menor r, quem dane, o choque da morte, da doença, do drama humano, em qualquer idade e lugar, nos fizesse rever alguns conceitos , elaborar alguns valores- ainda que por poucas horas ou semanas.
Quando morre alguém que a gente ama, seja um amigo,amado, alguém da família, todo resto diminui, fica encoberto por um nevoeiro, tudo para. O mundo é pura sombra, o planetas não gira, e se gira não interessa. Estamos petrificados no choque, na dir, na inconformidade, às vezes na autocompaixão.
Conheci um viúvo que diante da mulher morta gritava: como é que isso foi acontecer comigo?ele tinha sofrido esse ultimo tipo de traição: a amante Morte sempre vence.

A Morte, amiga indesejada, vai colhendo alguns dos que mais amamos, e os esconde nas suas largas mangas. Quando trabalhamos ou nos divertimos, ela passeia pelas praças, sobe nos telhados mais altos, e aponta aqui e ali seu dedo ossudo: este, este, esta, aquela. Às vezes vários num só golpe.

Ela é natural, dizem; é inevitável, sabemos. Mas a gente não entende, não aprende, não se conforma. Porque não se decifra esse enigma. Porque não somos bons alunos nessa dura escola.

Lya Luft